Ser aprovado no curso
de Medicina, o mais concorrido da Universidade Federal de Alagoas, não é uma
tarefa fácil; e estar em primeiro lugar na classificação é ainda mais crucial.
Foi o que aconteceu com o alagoano Jonas Augusto França Santos, de apenas 18
anos, que conseguiu a aprovação em seu segundo vestibular. E já que sempre se
tem um preço para alcançar o sucesso, disciplina e dedicação redobradas com
relação ao ano anterior foram imprescindíveis para que o estudante atingisse
essa meta.
Segundo Jonas, o que o
motivou a optar por estudar Medicina foram os grandes exemplos que integram sua
família paterna, contando com tios e primos nos quais se espelha.
Otorrinolaringologia, anestesiologia e oftalmologia são as áreas em que boa parte
de seus familiares atuam; a maioria deles nesta última. O jovem estudante diz
que apesar de ser bastante cedo para escolher em qual das áreas pretende atuar, a
oftalmologia é um possível caminho a ser trilhado.
Além da repercutida
aprovação da Ufal, Jonas também foi aprovado na Universidade Federal de
Sergipe, conquistando o 8º lugar na classificação, de acordo com o resultado
divulgado na última sexta-feira (11).
Já que o início das
aulas só ocorrerá em abril para os aprovados no último Exame Nacional do Ensino
Médio (ENEM), Jonas está curtindo suas férias ao lado da família e dos amigos,
buscando utilizar o espaço de tempo de três meses também para descansar. O
estudante ainda aproveita a oportunidade para dar uma dica fundamental àqueles
que buscam seguir seu exemplo: “O candidato deve procurar sempre se manter a
par dos fatos atuais e resolver exercícios exaustivamente, pois a repetição dos
métodos de resolução acaba virando um padrão e, consequentemente, um hábito”,
pondera.
Confira abaixo a entrevista
com Jonas Augusto.
Gustavo
Aquino: O que o motivou a prestar vestibular para Medicina?
Jonas
Augusto: Bom, além de sempre ter sido uma área promissora,
com bastantes oportunidades de trabalho, a minha família sempre deu um
incentivo “natural” para isso. Tenho vários tios e primos médicos e em formação
na área, então dá vontade de ser tão competente quanto eles e alcançar o
reconhecimento que todos alcançaram em seus respectivos locais de atuação.
G.A.:
O fato de você ter sido aprovado em Medicina tão cedo, aos 18 anos, faz você se
sentir pressionado com a responsabilidade que o curso exige?
J.A.: Apesar da pouca
idade, por não ter passado de primeira logo após o terceiro ano do ensino
médio, esse ano de cursinho me fez amadurecer bastante... Quando você percebe
que fracassou e que podia ter se saído bem melhor, “cai a ficha” e você toma
noção da responsabilidade que o vestibular exige. Devido a isso e à disciplina
que eu sempre tive em relação aos estudos, espero acompanhar bem o andar do
curso.
G.A.:
Ser aprovado em um vestibular tão concorrido como esse requer horas de estudo e
bastante dedicação. Como era sua rotina semanal?
J.A.: A modalidade de
cursinho pela qual eu optei tinha aulas pela manhã e pela tarde, de segunda a
sexta. No fim da aula da tarde, eu lanchava algo rápido e estudava no próprio
prédio do cursinho com mais dois amigos até as 22h30, 23h. Chegando em casa,
estudei na madrugada em algumas oportunidades também. Nos fins de semana,
raramente eu lia algo, aproveitava meu tempo mais para um descanso da rotina
dura da semana... Momentos de descontração são fundamentais.
G.A.:
O tema da redação do último ENEM pegou grande parte dos alunos de surpresa. E
você conseguiu obter a nota máxima (1.000 pontos), que te ajudou efetivamente
na aprovação. Esperava esse resultado?
J.A.: Eu sinceramente
não esperava, devido ao fato da grande desconfiança que se instalou em todos
que prestaram o ENEM nesses últimos anos com relação à banca corretora de
redações. Foi um tema de dificuldade razoável, e sobre o qual nem todos têm um
domínio amplo. Seria necessário ter um conhecimento de mundo considerável,
visto que a sugestão de redação abrangia uma causa presente em vários momentos
da história do nosso país, com diferentes intensidades ao longo da história.
G.A:
A família é repleta de médicos, principalmente na área da oftalmologia. Acha
que existe uma possibilidade maior de você também seguir esse caminho?
J.A.: É. Por terem
tantos nessa área há uma boa chance de eu segui-los, sim. Mas também há otorrinolaringologistas,
anestesiologistas... De uma forma ou de outra, são seis anos de curso para ver
em qual especialidade eu me encaixo melhor.
G.A.:
Caso seja aprovado na UFRJ, sua segunda opção no Sisu, ou em outra(s)
universidade(s) públicas fora do estado, em que você vise uma importância maior
para sua bagagem acadêmica, abdicará dos estudos na UFAL?
J.A.: Não, de forma
alguma. Sempre foi um sonho ser aprovado em medicina e sendo aqui no meu
próprio estado, me sinto mais confortável, por ter o suporte necessário da
família e dos amigos. Num curso como esse, espero fazer residência e
especialização em outro estado, para aí sim, ter uma formação mais completa.
Por hora, vou permanecer aqui.
G.A.:
As aulas começarão em abril, na UFAL. Quais são seus planos durante esse espaço
de tempo?
J.A.: Quero aproveitar
ao máximo esse tempo para ter o descanso que eu não tive durante o ano passado
e não terei nem tão cedo entrando num curso como esse (risos).
G.A.:
Todos os anos, vemos inúmeros estudantes batalhando por uma vaga no curso de
Medicina nas mais diversas universidades públicas, principalmente. Sendo assim,
quais dicas fundamentais você daria para esses estudantes que também almejam
trilhar esse caminho?
J.A.: A dica é
genérica, visto que cada pessoa tem um ritmo de estudos e aprendizagem
diferente, mas passa muito por estabelecer uma rotina árdua de estudos, sempre
com um tempo livre no fim de semana para refrescar um pouco a mente. Que o
candidato procure sempre se manter a par dos fatos atuais e resolva exercícios
exaustivamente, pois a repetição dos métodos de resolução acaba virando um
padrão e, consequentemente, um hábito.
Por Gustavo Aquino
Nenhum comentário:
Postar um comentário